OS MEUS MANDAMENTOS

Por: Marina G. de Andrade

Hoje eu quero dizer tudo que ficou guardado no peito ou preso na garganta.
Eu vou pensar mais em mim, pensar menos no que fiz ou no que poderia ter feito.
Só me situarei no que diz respeito ao meu presente e futuro.
Quero menos planos, menos rigidez, menos problemas, menos pressão.
Eu quero mais espontaneidade, mais calmaria, resolução.
Quero mais amor, mais tempo com os amigos, quero mais aconchego, quero mais sossego.
Eu vou fazer meus sonhos deixarem de ser imagens idealizadas e ilusórias para  realizações concretas da minha felicidade e prazeres de conquistas.
Eu não vou deixar que palavras proferidas de bocas insignificantes possam repercutir males em meu estado de espírito.
Eu não permitirei que meus instantes de fraqueza se prolonguem em momentos.
Eu não abrirei mão de meus desejos.
Eu repensarei minhas teimosias, mas não garanto que vou mudá-las
Farei suas vontades se estas forem minhas vontades também.
Pensarei bem menos no que você pensa ou acredita que eu sou, afinal, eu não tenho o direitos de mudar idéias pessoais.
Eu vou me educar para respeitar cada vez mais  as atitudes e decisões alheias.
Vou me policiar  para não criar a compulsão de consumo.  Não quero ser normal, não quero ser igual, não quero definições.
Eu quero mais sorrisos, mais doces, mais sabores, mais chuva, mais vento, mais tempo, mais vida.
Eu vou pular quando der vontade de pular, gritar quando der vontade de gritar, calar quando precisar e quiser calar e vou dizer tudo e tudo de novo que ficou guardado no peito ou preso na garganta.