Por: Marina G.de Andrade
Algumas pessoas podem ser lidas porque expõem na face qualquer reação, seja ela: medo, insegurança, vergonha, tristeza ou felicidade. Elas são transparentes.
Já outras, guardam o mistério, choram quando estão alegres, sorriem quando tristes, ocultam a vergonha e o medo. Elas são enigmas.
Para as primeiras não há muito segredo, por isso o olhar pode dizer o que a boca não fala. As outras são profundas, os olhos por si só não são suficientes para absorver e a boca fala pouco do que queria dizer. Não existe muita explicação para as pessoas, mas existem diversas formas de compreendê-las e a minha forma é senti-las.
O Fim pra mim, tem cheiro de chuva e terra molhada, esse fim o qual me refiro, é o fim dos anos. Quando o tempo acelera, os dias correm , terminam os meses, a chuva geralmente cai por aqui e então aciona em mim e em muita gente, um certo fluxo constante. Ele faz as pessoas se aproximarem mais, serem mais solidárias, humildes, mais humanas. E eu me pergunto o porquê disso acontecer com mais evidência justamente nessa época do ano.
Talvez seja o Natal. E por ele trazer tantas coisas boas, todo dia deveria ter um pouquinho do "clima" de Natal. As pessoas começam a ser mais transparentes, abertas e prolongam tudo isso para o começo do ano seguinte, que tem aroma de flores.
Flores que desabrocham pra um novo começo, um novo ano. Flores que são jogadas ao mar para Iemanjá, Iara, Janaína, Inaê, flores pra mim ou pra você. Eu sinto o cheiro dessas flores e por isso sinto o cheiro do ano que passou e do que virá. E nesses aromas eu sinto novamente as pessoas, mais próximas, mais intensas, sonhadoras, planejadoras.
Elas pulam as ondas, brindam , oram , se abraçam, se amam.
E eu sinto, e amo, e vivo, e planejo e sinto de novo e de novo nesse fluxo constante.
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